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terça-feira, 15 de outubro de 2013

...e não foram felizes para sempre... Mostra aborda fim de relacionamentos

“E não foram felizes para sempre” é uma mostra que reúne objetos doados por pessoas que terminaram seus relacionamentos, doados para o projeto final de estudantes de museologia da Universidade de Brasília (UnB). A  arrecadação resultou na exposição que será inaugurada em novembro e aborda o fim dos relacionamentos amorosos.

Segundo uma das organizadoras do projeto, a estudante Kátia Fonseca, em menos de duas semanas, cerca de 200 objetos foram deixados no local. “A gente não imaginou que fosse chegar a essa dimensão”, disse. Segundo ela, o grupo se espelhou no Museum of Broken Relationships, da Croácia. Idealizado por um casal de ex-namorados, o museu croata coleciona histórias de finais felizes ou nem tanto.

Doação - A estudante Stela de Lemos foi a primeira pessoa a entregar objetos para a exposição. Ela, que doou três alianças, três folhas de caderno e três desenhos, dois cartões e uma conversa de bate-papo na internet, afirma que “queria dar um fim mais digno que o lixo a coisas que representaram sentimentos tão bonitos.”

O ex-namorado foi avisado de que um desenho feito por ele seria doado e, segundo a estudante, ele não viu problemas em relação a isso. No meio das coisas guardadas Stela achou uma declaração de amor que recebeu de um menino aos 10 anos de idade. Ela também foi doada para a exposição. “Até pensei em avisar o menino da declaração de amor que iria cedê-la para a mostra, mas entrei no Facebook dele e vi que ele tava namorando. Acho que não pegaria bem”, afirmou.

Acervo – O acervo reunido em Brasília recebeu cartas trocadas entre casais, alianças, ursinhos, fotografias e desenhos, mas tem peças inusitadas e que revelam histórias divertidas, como a de uma cueca que um rapaz usava no dia em que teve a primeira relação sexual com a namorada. Desde que a menina ganhou o presente, a roupa íntima não foi lavada. A peça foi doada ao museu pela garota.

O acervo ainda conta com óculos 3D furtados de um cinema no primeiro encontro de um casal, uma corda com um nó de escoteiro, significando fidelidade, um origami completo – presente dado pela namorada – e um pela metade, que o namorado não conseguiu terminar antes do fim do relacionamento. “O objeto pela metade concretiza nossa ideia de que não foram felizes para sempre”, disse Kátia.

Segundo a estudante, disponibilizar as peças para o acervo não parece ser fácil. Há casais que doam os itens juntos, mas existem pessoas que vão ao estande ainda com muitas mágoas e rancor. “A gente serve como psicólogo. Tem gente que conta toda a história, conta que está sofrendo, o que está sentindo. Gente que chora ou então faz a gente chorar”, conta.

Exóticos e eróticos - Além da exposição, haverá um ciclo de palestras com psicólogos, filósofos e escritores que trabalhem com a temática. O grupo quer expandir o acervo para objetos mais exóticos e eróticos.

“Muita gente passa no estande e acha só é para doar cartas, ursinhos, e coisas esteticamente bonitas. Mas não, nós queremos objetos que tenham histórias. Além do acervo ser fruto dos sentimentos das pessoas, a gente quer provocar sentimentos e reações emocionais nas pessoas também”, declarou Kátia.

fonte: Camâra em Pauta 

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