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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Greenwald promete revelações sobre espionagem dos EUA contra a França


A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Espionagem ouve o jornalista Glenn Greenwald(direita) e o companheiro dele, o brasileiro David Miranda, sobre as denúncias de espionagem do governo dos Estados Unidos ao Brasil.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Espionagem ouve o jornalista Glenn Greenwald(direita) e o companheiro dele, o brasileiro David Miranda, sobre as denúncias de espionagem do governo dos Estados Unidos ao Brasil.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Espionagem ouve o jornalista Glenn Greenwald(direita) e o companheiro dele, o brasileiro David Miranda, sobre as denúncias de espionagem do governo dos Estados Unidos ao Brasil.

O colunista do jornal britânico The Guardian no Rio de Janeiro, Glenn Greenwald, falou com exclusividade para a RFI sobre as ameaças que têm sofrido depois de denunciar espionagem dos serviços de inteligência do EUA. Depois de revelar que o governo americano espionava a presidente Dilma Rousseff, Greenwald promete novas denúncias envolvendo a França e a Europa.
Em entrevista exclusiva ao correspondente da RFI no Brasil François Cardona, o jornalista Glenn Greenwald declarou que continua o minucioso trabalho de estudo das 20 mil páginas de documentos entregues a ele por Edward Snowden. De acordo com o colunista do The Guardian, a Europa e a França devem ser alvos de novas revelações.

“O NSA [Agência de Segurança Nacional norte-americana] espiona bastante a França. Mas a França, em parceria com o NSA, também realiza atividades de espionagem em outros países”, afirmou. Sem dar ainda maiores detalhes, ele se limitou a dizer que o NSA espiona quase todos os países do mundo e que muitos governos africanos também colaboram com os EUA.

Greenwald disse não se intimidar com as ameaças dos norte-americanos e dos britânicos. “Pretendo publicar tudo o que tenho. Quanto mais ameaças eu recebo dos EUA e do Reino Unido, mais trabalho duro para publicar essas informações”, afirmou. Para ele, as reportagens publicadas até hoje têm, pelo menos, o mérito de alimentarem o debate sobre a privacidade das informações trocadas na internet.

Apesar do entusiasmo com o trabalho, Greenwald não esconde que os documentos confidenciais aos quais ele teve acesso tiveram um impacto decisivo na sua carreira e na sua vida pessoal. “Entendi a dimensão dessa história que iria mudar o mundo e também soube que a minha vida iria mudar, provavelmente, para sempre”.

Sobre a sua vida após a publicação das reportagens, ele relata: “Não uso o telefone para falar de nada importante. Sei que meus e-mails estão sendo espionados. Uso mensagens criptografadas de forma ultrasofisticada para me comunicar com minhas fontes, meus colegas e até meus amigos. Isso torna extremamente difícil o meu trabalho. As pessoas têm que vir para o Rio para me encontrar”, contou.



O companheiro de Greenwald, o brasileiro David Miranda, foi detido por algumas horas por autoridades britânicas no aeroporto londrino de Heathrow em 18 de agosto passado. Na ocasião, ele teve seus equipamentos eletrônicos confiscados. Para o jornalista, essa foi uma tentativa de intimidação.

Greenwald publicou reportagens na imprensa brasileira, com destaque para o programa de televisão Fantástico, nas quais revelou que serviços de espionagem americanos monitoraram as comunicações da presidente Dilma Rousseff e dos seus colaboradores mais próximos. Os documentos revelaram ainda que o Canadá também espionava o Ministério de Minas e Energia brasileiro.

Os documentos foram obtidos pelo jornalista em um encontro com Edward Snowden, ex-consultor da Agência de Segurança Nacional e da CIA, em Hong Kong. Snowden é acusado de traição pelo governo americano e recebeu asilo do governo da Rússia.

fonte: Elza Fiúza / Agência Brasil
RFI

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