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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Argentina tem um dos 10 lugares mais poluídos do mundo

As organizações Cruz Verde e Blacksmith Institute divulgaram nesta semana uma lista da qual ninguém se orgulha de fazer parte: o ranking dos 10 lugares com mais poluição industrial no mundo. Rússia e Indonésia aparecem cada uma duas vezes na relação, e quatro lugares já faziam parte da lista elaborada em 2007.
160 mil pessoas são vítimas de contaminação por cromo em Hazaribagh, na Índia.
160 mil pessoas são vítimas de contaminação por cromo em Hazaribagh, na Índia.
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Nas Américas, apenas um local é designado, e fica na Argentina. A bacia do Matanza-Riachuelo, que atravessa Buenos Aires, alastra componentes químicos de indústrias por 60 quilômetros. As organizações alertam que 15 mil fábricas jogam os detritos poluentes diretamente no rio, que passa por 14 cidades.

O dr. Stephan Robinson, diretor do programa de Desarmamentos e Água da Cruz Verde suíça, destaca que outros lugares latino-americanos também levantam preocupações, mas as mais poluentes do mundo se encontram na Ásia, na África e na Europa oriental. “É preciso dizer que no nosso inventário, tem 3 mil lugares. As Américas só aparecem uma vez no relatório, o que pode ser indicativo de que as práticas no passado não eram tão poluentes quanto em outras regiões do mundo”, afirma.

Além da Rússia, Indonésia e Argentina, os locais mais poluídos estão em Gana, Ucrânia, Bangladesh, Zâmbia e Nigéria. A maioria destes países enfrenta contaminações por metais pesados. Palco de uma catástrofe nuclear em 1986, Chernobyl faz a sua segunda aparição no ranking, do qual não deve sair tão cedo, conforme Robinson.

“É claro que se poluímos um lugar por 60,ou 90 anos, não vamos conseguir remediar a situação em dois ou três anos. Certamente é preciso um projeto, que vai levar 10 ou 20 anos. Mas há também um caso como o de Chernobyl, onde foi criada uma situação que não poderá ser resolvida, mesmo com todas as ferramentas técnicas”, constata. “No fim, a única coisa que vai resolver Chernobyl é o tempo. Vai levar 200 ou 300 anos até podermos viver e trabalhar de uma maneira normal nesta região.”

Em relação à lista dos lugares apontados em 2007, muitos fizeram progressos ao longo destes anos, especialmente a China, a Índia e a Republica Dominicana. O representante da Cruz Verde observa que a instauração de novas leis, prevendo a proteção ambiental, o aumento dos investimentos e o compartilhamento de experiências podem fazer os países solucionarem os casos mais graves. Robinson considera que a gestão de resíduos é a que mais precisa evoluir.

“Um desafio é que na maioria destes países os progressos são muito limitados porque não existe uma indústria de recuperação do lixo, e os próprios governos não têm uma política de gestão de resíduos. Não há a compreensão de onde se cria mais lixo, o que pode ser reciclado, o que faremos com o resto: queimamos? Colocamos em um depósito?”, destaca.

O principal critério para a elaboração do Top 10 foi o impacto nas populações. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 20% das mortes nos países em desenvolvimento são ligadas à poluição. 


fonte: RFI

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