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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Produção industrial no Brasil surpreende e sobe 0,6% em outubro

A produção industrial brasileira surpreendeu em outubro ao crescer 0,6 por cento sobre o mês anterior, bem melhor do que o esperado e mantendo-se pelo terceiro mês seguido em território positivo, porém ainda mostra uma recuperação moderada do setor.

Na comparação com outubro de 2012, a produção avançou 0,9 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, segundo resultado positivo.

"Ainda é um crescimento moderado por vários fatores como juros mais altos, expectativa do empresário se recuperando de forma bem lenta, consumo das famílias menor por inadimplência, crédito mais caro", explicou o economista do IBGE André Macedo. "Melhorou nos últimos meses mas ainda não foi suficiente. O saldo negativo ainda precisa ser retirado".

Os resultados ficaram acima do esperado em pesquisa da Reuters e, no caso da comparação mensal, superou até mesmo a projeção mais otimista. A mediana das estimativas apontava alta de 0,05 por cento, com as contas variando de contração de 0,50 por cento a alta de 0,50 por cento. Ante o mesmo mês do ano passado a projeção era de avanço de 0,4 por cento.

Em outubro, um dos destaques ficou para a categoria Bens de Capital, uma medida de investimento, que avançou pelo terceiro mês seguido ao subir 0,6 por cento sobre setembro. Bens Intermediários, por sua vez, registrou alta de 0,3 por cento.

Já a categoria Bens de Consumo, ainda segundo o IBGE, também mostrou avanço mensal de 0,3 por cento, com a alta de 1 por cento em semiduráveis e não duráveis compensando a queda de 0,6 por cento dos produtos duráveis.

Pelos ramos de atividade, 21 dos 27 pesquisados apresentaram crescimento mensal, com destaque para edição, impressão e reprodução de gravações (13,1 por cento), máquinas e equipamentos (2,7 por cento), refino de petróleo e produção de álcool (2,2 por cento) e indústrias extrativas (2,0 por cento).

INSUFICIENTE

Embora o resultado de outubro tenha marcado a terceira alta mensal seguida, o movimento não foi forte suficiente para reverter completamente a queda mensal de 2,5 por cento em julho, destacando a dificuldade do setor e da economia como um todo em imprimir uma recuperação mais robusta.

Segundo o IBGE, de maio a julho a perda acumulada é de 2,3 por cento, enquanto as três últimas taxas positivas representam um ganho acumulado de 1,3 por cento.

"Mantém-se a expectativa de uma recuperação bastante moderada da produção industrial, com a perspectiva de um quarto trimestre um pouco melhor que o terceiro", avaliou a Rosenberg Consultores Associados em nota.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro encolheu 0,5 por cento no terceiro trimestre deste ano, primeiro resultado negativo e o pior em mais de quatro anos.

Os sinais para novembro não são animadores. A pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) realizada pelo Markit indica que a atividade da indústria voltou a contrair no mês passado, com declínio no volume de novos pedidos e redução da força de trabalho.

O IBGE ainda revisou o dado de produção industrial de setembro ante agosto para alta de 0,5 por cento, ante 0,7 por cento. Já o crescimento da produção em setembro ante o mesmo mês de 2012 foi revisado para 1,8 por cento, ante 2 por cento.


fonte: Reuters BR (Reportagem adicional de Felipe Pontes, no Rio de Janeiro)

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