Com seis anos de idade, o
que se espera da vida é um mundo de sonhos e expectativas, de acontecimentos
extraordinários, que na verdade nem serão tanto assim, de novas descobertas, de
decepções e alegrias, de momentos marcantes que ficarão na memória e nas fotografias,
alegrias que serão compartilhadas com amigos, e principalmente, com a família.
No entanto, infelizmente, uma família não mais poderá acompanhar todo esse
desenrolar natural da vida, por que a violência que assola São Luís destruiu um
sonho, tirou covardemente a vida da tão jovem Ana Clara Santos Sousa.
A menina, de 6 anos, teve mais
de 90% do corpo queimado, durante um ataque ao ônibus da Vila Sarney, na
sexta-feira, a irmã, de um ano e cinco meses também sofreu queimaduras. O
ataque fora promovido por integrantes de facções criminosas, a ordem partiu de
dentro do presídio de Pedrinhas.
Ana Clara, na sua mais
pura inocência, alheia aos acontecimentos que tem colocado a ilha de São Luís
nos principais noticiários do país e do mundo, foi covardemente alijada ao seu
direito a vida. Sua morte foi sentenciada em nome do ódio, sem precedentes e
qualquer tipo de explicação, por que não há explicação para um ato dessa
natureza.
São culpados os bandidos,
mas o poder público não pode se eximir da responsabilidade, na verdade a
responsabilidade é toda do poder público que não agiu quando deveria, que
acreditou que enquanto as mortes e atrocidades estivessem acontecendo apenas
dentro das paredes de Pedrinhas estaria tudo bem, Sarney, grande escritor, político
e quase um Pelé quando a questão é falar asneiras, comemorou o fato de a
violência está nas cercanias do presídio, a resposta veio agora, uma criança
morreu, o que será ele que dirá?
Enquanto se busca uma
solução tardia, a população vive o medo de ser a próxima Ana Clara, as
respostas são insuficientes, a violência ganhou corpo e um cérebro, o poder
público não existe, está preocupado com excentricidades, prefere transparecer
que está tudo bem, Nero tocava violino enquanto Roma pegava fogo, aqui Roseana
Sarney joga cartas.
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