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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A violência que interrompe sonhos

Com seis anos de idade, o que se espera da vida é um mundo de sonhos e expectativas, de acontecimentos extraordinários, que na verdade nem serão tanto assim, de novas descobertas, de decepções e alegrias, de momentos marcantes que ficarão na memória e nas fotografias, alegrias que serão compartilhadas com amigos, e principalmente, com a família. No entanto, infelizmente, uma família não mais poderá acompanhar todo esse desenrolar natural da vida, por que a violência que assola São Luís destruiu um sonho, tirou covardemente a vida da tão jovem Ana Clara Santos Sousa.

A menina, de 6 anos, teve mais de 90% do corpo queimado, durante um ataque ao ônibus da Vila Sarney, na sexta-feira, a irmã, de um ano e cinco meses também sofreu queimaduras. O ataque fora promovido por integrantes de facções criminosas, a ordem partiu de dentro do presídio de Pedrinhas.

Ana Clara, na sua mais pura inocência, alheia aos acontecimentos que tem colocado a ilha de São Luís nos principais noticiários do país e do mundo, foi covardemente alijada ao seu direito a vida. Sua morte foi sentenciada em nome do ódio, sem precedentes e qualquer tipo de explicação, por que não há explicação para um ato dessa natureza.

São culpados os bandidos, mas o poder público não pode se eximir da responsabilidade, na verdade a responsabilidade é toda do poder público que não agiu quando deveria, que acreditou que enquanto as mortes e atrocidades estivessem acontecendo apenas dentro das paredes de Pedrinhas estaria tudo bem, Sarney, grande escritor, político e quase um Pelé quando a questão é falar asneiras, comemorou o fato de a violência está nas cercanias do presídio, a resposta veio agora, uma criança morreu, o que será ele que dirá?


Enquanto se busca uma solução tardia, a população vive o medo de ser a próxima Ana Clara, as respostas são insuficientes, a violência ganhou corpo e um cérebro, o poder público não existe, está preocupado com excentricidades, prefere transparecer que está tudo bem, Nero tocava violino enquanto Roma pegava fogo, aqui Roseana Sarney joga cartas. 

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