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quarta-feira, 11 de junho de 2014

A greve de taxistas deixa Madri sem serviço e complica o tráfego em Barcelona

A greve contra a intrusão no setor tirou os táxis das ruas de Madri e complicou o trânsito em Barcelona. Os dois principais sindicatos dizem que até o momento houve 100% de adesão à greve de 24 horas convocada para esta quarta-feira a fim de denunciar o funcionamento de serviços como o Uber, que permite localizar através de um aplicativo de celular motoristas dispostos a se passarem por taxistas, embora não tenham licença para a atividade.

No aeroporto madrilenho de Barajas, o ponto de táxi está vazio desde as primeiras horas da manhã. Os passageiros que chegam aos terminais estão usando principalmente ônibus para se deslocar até o centro de Madri. Há nove ônibus em circulação em vez dos habituais seis e não há grandes filas. O resto das operações de ônibus não foi reforçado devido à baixa utilização de táxis, ao contrário de quando há greve de metrô.


A situação na estação ferroviária de Atocha também é semelhante à de Barajas. Não há um só táxi estacionado e os viajantes optam pelos ônibus e o metrô. Entre as 8h e 10h30 da manhã, as plataformas do metrô estavam cheias, mas a situação foi se normalizando depois. A área dos táxis está fechada com uma corrente e há apenas alguns carros particulares estacionados lá. Os passageiros estão sendo avisados pelo sistema de comunicação dos trens. Os turistas são os que estão sofrendo mais. Cinco japoneses desnorteados com sete malas enormes na plataforma do trem eram um exemplo disso.

Em Madri só funcionam um total de cem táxis que atendem aos serviços de diálise do Serviço de Urgência Médica de Madri e os casos de emergência.

Junto à greve, as organizações nacionais do setor convocaram uma manifestação que começou as 11h da manhã em Madri, da Praça de Cuzco até o Ministério do Desenvolvimento. O protesto causou congestionamentos na entrada norte da capital. Na Praça de Castilla, o tráfego estava totalmente parado logo após o início do movimento. No fim da caminhada, os motoristas de táxi entregarão um documento ao ministério pedindo a proibição do serviço Uber.

O presidente da União do Táxi e da Federação Espanhola do Táxi, Julio Moreno, garantiu que a adesão à greve era de 100%. O presidente da Federação do Táxi de Madri, Julio Sanz, explicou que foram distribuídos panfletos para os viajantes no aeroporto e nas principais estações da capital para que soubessem dos problemas enfrentados pelo setor diante da “concorrência desleal” do Uber.

Manifestação em Barcelona

Em Barcelona, a única cidade em que o Uber está atualmente operacional na Espanha, a categoria também convocou uma reunião no meio da manhã. Diante das pressões dos taxistas, o aplicativo anunciou promoções para os seus usuários que compartilhem o uso do carro, segundo Jordi Mumbrú.

Na capital catalã, apenas um sindicato, o Élite, havia convocado a greve, enquanto os demais só convocaram uma manifestação. Mas, no fim, era quase impossível encontrar um táxi em Barcelona, já que a maioria optou por não trabalhar. A caminhada começou às 11h na Praça Catalunha, no centro. O sindicato que convocou a greve, no entanto, se concentrou na Estação de Sants e o objetivo é terminar o protesto em frente à sede da empresa Uber, na avenida Diagonal.

A mobilização em Madri coincidiu com protestos em outras grandes cidades europeias como Londres, Paris, Milão, Nápoles e Berlim, entre outras. As manifestações, que chegaram a bloquear os acessos à capital francesa, foram convocadas pelos mesmos motivos: o surgimento de aplicativos de serviços de transporte. O caso mais controverso, do Uber, oferece serviços pagos, mas, segundo denunciam os taxistas, seus motoristas trabalham sem licença.

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