Páginas

sexta-feira, 13 de junho de 2014

No Brasil, Lilian Thuram prossegue luta contra o racismo no futebol


Thuram, 42 anos, é presidente da Fundação Educação contra o Racismo. Em entrevista exclusiva para a RFI Brasil, ele disse que “é importante falar do racismo no esporte sempre que possível, principalmente para sensibilizar as crianças, para explicar que o racismo não é algo natural do ser humano”.

“Durante uma Copa do mundo, tudo ganha mais amplitude, então aproveitar o evento para falar sobre o racismo é essencial”, acrescenta.

Para o ex-craque, o racismo no futebol nasce do racismo que existe na sociedade, que é construída a partir de hierarquias baseadas na cor da pele. “Seja na França, na Itália ou no Brasil, nós reproduzimos essa hierarquia – as pessoas de pele clara vão para o topo e as de cores mais escuras vão para baixo”, explica. “As pessoas de cores mais escuras são as que sofrem mais preconceito, seja onde for, França, Itália, Brasil, Argentina ou Suécia, isso é ligado à história”, acrescenta.

Banana para o racismo

O professor Carlos Alberto Figueiredo da Silva é pesquisador de relações étnico raciais em esportes. Ele diz que o episódio envolvendo Daniel Alves na Espanha, em que o jogador brasileiro descascou e comeu uma banana que lhe foi atirada por um torcedor racista, ampliou as discussões sobre o tema. “O assunto conseguiu alcançar espaços em que o racismo não era discutido, inclusive entre crianças”.

O especialista lembra que o racismo no futebol se tornou explícito nos últimos dez anos. “Não só a Fifa, mas toda a sociedade está discutindo o racismo no futebol, mas sem elementos concretos para efetivamente dar um basta nisso”. Ele acrescenta que “ainda há muito a ser feito, principalmente no campo educacional”.

A Copa do Mundo de Futebol das Escolas Francesas no Exterior acontece em Brasília, com a participação de 12 equipes de 12 países e 120 estudantes. A final acontece dia 15, domingo.

fonte: RFI

Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMENTE AQUI