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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O querer...

A proposta causou estranheza:

- Precisamos riscar a palavra querer da nossa vida.

- Como assim? indaguei confuso. Mas essa é uma palavra fundamental. É pelo querer que eu sou quem sou, tenho o que tenho, faço o que faço. Ou não é a vontade que motiva a conquista?

- É sim. Mas há uma grande distância entre a vontade e a ação; querer fazer é diferente de fazer; querer ter não é o mesmo que ter; e querer ser não é igual a ser. Por isso, há momentos em que paramos na vontade e não chegamos a lugar nenhum. 

Uma pausa reflexiva.

- Verdade. Confesso que muitas vezes esbarrei no querer e não fiz, não tive, não fui. E perdido nesse abismo que há entre o desejo e prática acabei sendo levado a fazer o que não queria.

Soou contraditório, mas fez sentido.

- É a chamada força dos acontecimentos. Quando apenas queremos, mas não fazemos a vida se encarrega de fazer de qualquer jeito, mesmo que seja do jeito que não queremos. E não podemos mudar porque não agimos. Perdemos a oportunidade da ação no deslumbre da vontade.

Concluímos:

- O pensamento sem ação é tão morto quanto uma palavra sem sentido. Por isso, o exercício de riscar das nossas vidas a palavra querer é tão desafiador. Pior do que a falta de vontade é a falta de atitude. 

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