A proposta causou estranheza:
- Precisamos riscar a palavra querer da nossa vida.
- Como assim? indaguei confuso. Mas essa é uma palavra
fundamental. É pelo querer que eu sou quem sou, tenho o que tenho, faço o que faço. Ou não
é a vontade que motiva a conquista?
- É sim. Mas há uma grande distância entre a vontade e a
ação; querer fazer é diferente de fazer; querer ter não é o mesmo que ter; e
querer ser não é igual a ser. Por isso, há momentos em que paramos na vontade e
não chegamos a lugar nenhum.
Uma pausa reflexiva.
- Verdade. Confesso que muitas vezes esbarrei no querer e
não fiz, não tive, não fui. E perdido nesse abismo que há entre o desejo e
prática acabei sendo levado a fazer o que não queria.
Soou contraditório, mas fez sentido.
- É a chamada força dos acontecimentos. Quando apenas
queremos, mas não fazemos a vida se encarrega de fazer de qualquer jeito, mesmo
que seja do jeito que não queremos. E não podemos mudar porque não agimos. Perdemos
a oportunidade da ação no deslumbre da vontade.
Concluímos:
- O pensamento sem ação é tão morto quanto uma palavra sem
sentido. Por isso, o exercício de riscar das nossas vidas a palavra querer é tão
desafiador. Pior do que a falta de vontade é a falta de atitude.
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