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domingo, 17 de fevereiro de 2013

O Flamengo de 2013


Tinha tudo para dar errado, salários atrasados, elenco rachado, técnico desprestigiado, etc. A nova diretoria apostou em economizar e pagar as dividas da diretoria anterior, com isso acabou negociando seu principal jogador, Vagner Love foi devolvido para o CSKA, o elenco começou a ser enxugado e os novos atletas demoraram a chegar. As contratações foram mais criteriosas, nenhum jogador muito badalado, dessa forma abriram mão de Riquelme e Robinho, a sensata opção da diretoria mostra seus resultados.
O técnico Dorival Jr. foi buscar nas divisões de base e em times menos badalados jogadores para preencher a equipe, dessa forma apareceram o Rafinha, João Paulo e a revelação do Bahia, Gabriel. Dessa forma, montou uma equipe rápida, com um bom toque de bola e mortal nas finalizações. Os jogadores mais antigos estão se reinventando, o exemplo claro disso é o lateral direito, antes vivia no ataque e deixava uma avenida atrás dele, nos últimos anos sem o mesmo fôlego de sua estreia em 2005.  O lateral subia e não conseguia voltar para marcar, quase ele deixou o clube, mas ao que parece o técnico do Flamengo organizou um esquema em que ele só sobe na boa, hoje é um lateral à moda europeia, marca mais e sobe apenas na boa.
Outro exemplo é Ibson, jogando de meia mais avançado, tanto no Santos, quanto no Flamengo do ano passado, ele não rendeu, aliás poucas foram as vezes que conseguiu render bem nessa posição. Neste ano, Ibson voltou a ser um segundo volante, que chega ao ataque e arma ao time vindo de trás. Suas atuações melhoraram muito, ainda longe do seu melhor momento, mas já demonstra lampejos de um grande jogador, como no passe espetacular para o Rafinha no clássico contra o Botafogo. O Elias encaixou muito bem na equipe, deixou o time com um melhor toque de bola e muito ofensivo, o rubro-negro chega fácil ao ataque, isso faz com que a equipe não sinta falta de um meia clássico.
Falando em ataque, Rafinha é um ponta clássico, rápido e destemido, aparece nas duas pontas, incomoda o tempo todo e sua maior qualidade é não desistir dos lances, não cai fácil, mesmo no chão, briga pela bola. Ernane é o clássico centroavante rompedor, sem técnica, sem habilidade, chuta na direção que aponta o nariz. Quando recebe a bola no meio do campo ou fora área,  ou pisa na bola, ou domina de canela, mas técnica e habilidade não são recursos essenciais para um grande artilheiro, é só lembrar Dadá Maravilha ou Nunes, afinal de contas “feio é não fazer gol”.
Talvez esse time não vença os principais torneios nacionais, mas já no Carioca, será um grande adversário, mostrou isso contra Vasco e Botafogo, o teste final será o Fluminense. Mantendo a base e o bom trabalho, contando com um pouco de sorte (por exemplo, que seus principais jogadores não tenham qualquer tipo de contusão mais séria)  se conseguir isso, estará fácil entre os cinco primeiros do campeonato e quem sabe, na briga pelo título.