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sábado, 6 de julho de 2013

Diplomacia norte-americana... quem pode mais?

fonte: Revolucionários Eternamente.

por: Mauro Santyana

Hong Kong é entidade internacional atípica, mas sob a soberania chinesa. Seus governantes sabem que sua ação diplomática está condicionada a Pequim. Assim, nada fariam com relação a Snowden sem instruções precisas do governo chinês. Os chineses e os russos, os principais alvos potenciais da espionagem eletrônica de Washington, seriam ineptos, se não estivessem em consulta permanente, desde que The
 Guardian e o Washington Post divulgaram a denúncia do técnico da Booz Allen, e ex-membro da CIA.

Dessa forma, ao que tudo indica, eles estão agindo de forma coordenada no episódio, e decidiram manter o governo norte-americano em caldo de adrenalina. Esses dias e horas de mistério devem ter sido aproveitados para que Snowden desse detalhes da operação norte-americana.

Os chineses, como de hábito, são mais discretos, sem deixar de lado a ironia. Tendo sido acusados, pouco antes da constrangedora deserção de Snowden, de entrar nos arquivos digitais americanos, tinham razões de sobra para a desforra diplomática. E mais sólidas ainda, diante das informações detalhadas do técnico sobre o monitoramento das comunicações e registros dos computadores chineses.

Ao falar, ontem, na Finlândia, Putin foi claro: Snowden se encontra em lugar seguro no aeroporto de Moscou, mas não atravessou a fronteira. Ele é um homem livre, conforme o líder russo, e poderá decidir o seu destino. Os russos esperam que a decisão seja tomada rapidamente, o que será melhor para Moscou e para o próprio fugitivo. Mas, apesar desse desejo de urgência, Putin disse que, não tendo a Federação Russa qualquer tratado de extradição com os Estados Unidos, não tem por que entregar o rapaz a Washington.

Ao mesmo tempo o Equador informa que está examinando o pedido de asilo formulado por Snowden, a conselho de Assange, refugiado na embaixada de Quito em Londres. Washington mudou o tom de suas exigências. Há algumas horas, Kerry ameaçava diretamente a China e a Rússia de conseqüências em suas relações com os Estados Unidos. O que podem fazer? Os chineses são os maiores credores mundiais dos norte-americanos. Os russos não têm mais o poder soviético, mas não se encontram frágeis. E chineses e russos estão fora da chantagem nuclear de Washington: cada um deles já dispõe de bombas e mísseis capazes de destruir as grandes cidades ocidentais.

A leitura dos comentários de leitores dos grandes jornais americanos sobre o escândalo do grampeamento mundial das telecomunicações mostra que o governo de Obama está despencando ladeira abaixo. A maioria deles é simpática a Snowden.

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