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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A violência que toma conta de São Luís

O estudo da desordem organizada ou Teoria do Caos, proposta pelo meteorologista, matemático e filósofo, Edward Lorentz (1917-2008), estabelece que uma pequena mudança ocorrida no início de um evento qualquer pode ter consequências desconhecidas no futuro. Edward, quando elaborou essa teoria, estava envolvido muito mais em questões climáticas que propriamente sociais, mas ele nos ajudou a compreender os efeitos de determinadas atitudes, que mesmo aparentemente insignificantes, podem acarretar drásticas mudanças em nossas vidas. Foi o que acompanhamos na quinta-feira (10), um verdadeiro caos em São Luís, motivado pelo caos na segurança pública.

A onda de arrastões que assolou a Capital do Maranhão, não passou de um boato, espalhado rapidamente pelas redes sociais, mas não nos enganemos, diferente do que o Governo do Maranhão tenta transparecer, não estamos vivendo na mais completa paz, o boato ganhou força justamente por que não há segurança, motivado também por registros de violência já costumaz em São Luís.

As facções criminosas que hoje amedrontam os presídios da Capital ganharam força por que o Governo não soube, lá atrás, controlar. Enquanto estavam se digladiando estava tudo bem, nada iria acontecer a partir daí, mas de repente, sete ônibus são queimados. Acordamos então com essa notícia, assustadas, muitas pessoas saíram de suas casas. Sabiam exatamente que nossa segurança não iria controlar qualquer problema que pudesse surgir daí.  

São Luís é a 5ª capital mais violenta do Brasil, segundo dados do Ministério da Justiça, só este ano, foram registrados 587 homicídios apenas na capital e dentre esses, 37 mortes em presídios. Para completar, dados da Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária do Maranhão (Sejap) informam também que, 85 presos já fugiram do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Comparando os dados de 2007 até 2012, foram registradas 103 mortes em presídios da capital maranhense. Em 2013, os meses que mais registraram mortes em centros de detenção foram abril, com nove mortes e julho, com sete mortes. Com a rebelião de quarta, outubro supera os meses citados, com 12 mortes.

Para conter tudo isso, o sistema de segurança pública do estado conta com um efetivo de 7.443 oficiais, o que significa uma proporcionalidade de um PM para 882 habitantes, segundo a Organização das Nações Unidas, o número ideal de policiais recomendado é de um para 250 habitantes. Mesmo o concurso público do estado que ofereceu mais de duas mil vagas para soldado da Polícia Militar e cerca de 500 para investigadores da Polícia Civil não conseguirá atender a toda demanda, é o que afirma o Secretário de Segurança Pública do Estado, Aluísio Mendes.  

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB – MA), Mário Macieira foi mais além e informou que no momento, há um policial militar para 876 mil habitantes, enquanto, um investigador da PC para um montante de 3.117 pessoas.

A verdade é que o caos se instalou devido a falta de investimentos na segurança, mas principalmente em áreas extremamente importantes, como a educação e contrariando a teoria proposta por Edward Lorentz, sabíamos que tais atitudes levariam ao que estamos vivenciando hoje.

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