O estudo da desordem
organizada ou Teoria do Caos, proposta pelo meteorologista, matemático e
filósofo, Edward Lorentz (1917-2008), estabelece que uma pequena mudança
ocorrida no início de um evento qualquer pode ter consequências desconhecidas
no futuro. Edward, quando elaborou essa teoria, estava envolvido muito mais em
questões climáticas que propriamente sociais, mas ele nos ajudou a compreender
os efeitos de determinadas atitudes, que mesmo aparentemente insignificantes,
podem acarretar drásticas mudanças em nossas vidas. Foi o que acompanhamos na
quinta-feira (10), um verdadeiro caos em São Luís, motivado pelo caos na
segurança pública.
A onda de arrastões que
assolou a Capital do Maranhão, não passou de um boato, espalhado rapidamente
pelas redes sociais, mas não nos enganemos, diferente do que o Governo do
Maranhão tenta transparecer, não estamos vivendo na mais completa paz, o boato
ganhou força justamente por que não há segurança, motivado também por registros
de violência já costumaz em São Luís.
As facções criminosas que
hoje amedrontam os presídios da Capital ganharam força por que o Governo não
soube, lá atrás, controlar. Enquanto estavam se digladiando estava tudo bem,
nada iria acontecer a partir daí, mas de repente, sete ônibus são queimados. Acordamos
então com essa notícia, assustadas, muitas pessoas saíram de suas casas. Sabiam
exatamente que nossa segurança não iria controlar qualquer problema que pudesse
surgir daí.
São Luís é a 5ª capital
mais violenta do Brasil, segundo dados do Ministério da Justiça, só este ano,
foram registrados 587 homicídios apenas na capital e dentre esses, 37 mortes em
presídios. Para completar, dados da Secretaria de Justiça e Administração
Penitenciária do Maranhão (Sejap) informam também que, 85 presos já fugiram do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
Comparando os dados de 2007
até 2012, foram registradas 103 mortes em presídios da capital maranhense. Em
2013, os meses que mais registraram mortes em centros de detenção foram abril,
com nove mortes e julho, com sete mortes. Com a rebelião de quarta, outubro
supera os meses citados, com 12 mortes.
Para conter tudo isso, o
sistema de segurança pública do estado conta com um efetivo de 7.443 oficiais, o
que significa uma proporcionalidade de um PM para 882 habitantes, segundo a Organização das Nações Unidas, o número
ideal de policiais recomendado é de um
para 250 habitantes. Mesmo o concurso público do estado que ofereceu mais de
duas mil vagas para soldado da Polícia Militar e cerca de 500 para investigadores
da Polícia Civil não conseguirá atender a toda demanda, é o que afirma o
Secretário de Segurança Pública do Estado, Aluísio Mendes.
O presidente da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB – MA), Mário
Macieira foi mais além e informou que no momento, há um policial militar para
876 mil habitantes, enquanto, um investigador da PC para um montante de 3.117
pessoas.
A verdade é que o caos se
instalou devido a falta de investimentos na segurança, mas principalmente em
áreas extremamente importantes, como a educação e contrariando a teoria proposta
por Edward Lorentz, sabíamos que tais atitudes levariam ao que estamos
vivenciando hoje.
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