Páginas

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Eneva faz acordo com bancos e pode assumir OGX Maranhão

A empresa de energia elétrica Eneva, ex-MPX, firmou um contrato com bancos credores para assumir a parcela que não possui da OGX Maranhão por 200 milhões de reais caso sua controladora, a petroleira OGX, fique inadimplente.

O acordo pode se configurar em mais um revés para o empresário Eike Batista, que estaria negociando a venda da OGX Maranhão para levantar dinheiro na tentativa de salvar sua petroleira.

Bancos credores da OGX Maranhão --que tem blocos exploratórios terrestres de gás na Bacia do Parnaíba-- firmaram uma opção de venda de 66,7 por cento da empresa para a Eneva caso seja necessária a execução de garantias dos empréstimos. O contrato poderá ser exercido a partir de 19 de fevereiro de 2014, de acordo com fato relevante nesta segunda-feira.

O acerto inclui ainda um contrato de refinanciamento com uma ou mais instituições financeiras para rolagem da dívida da OGX Maranhão de cerca de 600 milhões de reais. A Eneva já possui 33,3 por cento da OGX Maranhão.

Os campos de gás no Maranhão estão entre as últimas opções disponíveis para Eike obter recursos e evitar o colapso de sua endividada petroleira OGX, que detém os quase 67 por cento da OGX Maranhão.

Depois de não pagar juros sobre bônus no exterior no começo de outubro, com poucos recursos em caixa diante de uma campanha exploratória fracassada, a petroleira de Eike tem até o fim desta semana para chegar a um acordo com seus credores ou será declarada inadimplente, no que seria o maior default da história corporativa da América Latina. A empresa pode, antes disso, entrar com um pedido de recuperação judicial.

As ações da OGX recuavam quase 21 por cento por volta das 11h20, cotadas a 0,23 real, enquanto o Ibovespa exibia leve alta de 0,14 por cento. Os papéis da Eneva --que não integram a carteira teórica que reúne as principais ações brasileiras --tinham valorização de 0,92 por cento, a 4,38 reais.

A Eneva, que atua principalmente na geração térmica de energia, é controlada pela alemã E.ON, que adquiriu o controle da então MPX meses atrás. Eike continua como acionista minoritário e também estaria buscando um comprador por sua parcela remanescente na Eneva de quase 24 por cento.

(Por Cesar Bianconi)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMENTE AQUI