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terça-feira, 18 de novembro de 2014

A necessidade de homens bons



Raíla Maciel*

A necessidade de homens bons é inquestionável em todas as partes do mundo e também em todas as épocas. Basta observamos os acontecimentos para nos darmos conta dessa carência. Surgem, então, os questionamentos: o que é a bondade? E como podemos alcançá-la? 

A bondade não é uma questão de opinião, pois o que é bom para mim pode não ser bom para o outro. Também não é uma questão temporal, pois o que foi bom no passado pode ser muito ruim nos dias atuais. Com tantas peculiaridades no mundo fica difícil definir um conceito. Sendo assim, somos levados a pensar a bondade de forma mais ampla. 

Por exemplo, todos sabem o que é bom para uma planta: água, solo e luz do sol. Isso independe do país em que ela esteja, da vontade de quem cuida e até da espécie. Algumas precisam de mais sol, outras de menos água, mas basicamente esse conjunto é fundamental para a planta sobreviver. Não se trata de opinião, mas de observação, de bom senso.

Sendo a bondade algo natural, Plantão concluiu que o Bem é a própria essência do Universo. O Bem está em tudo, é tudo aquilo que une e todos os homens nasceram com a habilidade de senti-lo. O Bem é como o Sol e todo aquele que tem a visão consegue enxergá-lo. 

Para desenvolver essa ideia, Platão usa o famoso Mito da Caverna, uma das alegorias mais conhecidas do filósofo, onde ele retrata o esforço feito pelos aprisionados para saírem da caverna e seguirem em direção a Luz do Sol (ou à Sabedoria). Quem faz esse percurso é o Filósofo; aquele que alcança a Luz e retorna para a caverna com o objetivo de ajudar os seus semelhantes é o Político (isso mesmo!). 

Mas como a busca pela Sabedoria é algo que não tem fim, surge então a figura do filósofo-político, representado pelo machado de duplo fio, aquele que corta para dentro e para fora. Em outras palavras, ao mesmo tempo em que mostrarmos o caminho, passamos por ele.
O que nos guia neste esforço é a Educação, para o filósofo grego, educar é direcionar o olho à Luz. Do latim, o verbo "educare" é composto do prefixo ex (fora) + ducere (conduzir, levar), que significa literalmente 'conduzir para fora', ou seja, fazer com que o indivíduo exponha suas habilidades e, assim, prepará-lo para a busca da Sabedoria.

Destaca-se que a Educação não tem por objetivo “introduzir” conhecimentos em uma pessoa, mas, ao contrário, fazer com que ela descubra dentro de si mesma o seu melhor. Por isso, ela é tão fundamental e somente através por ela podemos Eduzir a nossa bondade e, assim, suprir essa grande necessidade do mundo. 


*baseado na palestra do Curso de Filosofia Prática da Nova Acrópole SLZ 

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