Raíla Maciel*
A necessidade
de homens bons é inquestionável em todas as partes do mundo e também em todas
as épocas. Basta observamos os acontecimentos para nos darmos conta dessa
carência. Surgem, então, os questionamentos: o que é a bondade? E como podemos alcançá-la?
A bondade
não é uma questão de opinião, pois o que é bom para mim pode não ser bom para o
outro. Também não é uma questão temporal, pois o que foi bom no passado pode
ser muito ruim nos dias atuais. Com tantas peculiaridades no mundo fica difícil
definir um conceito. Sendo assim, somos levados a pensar a bondade de forma
mais ampla.
Por
exemplo, todos sabem o que é bom para uma planta: água, solo e luz do sol. Isso
independe do país em que ela esteja, da vontade de quem cuida e até da espécie.
Algumas precisam de mais sol, outras de menos água, mas basicamente esse
conjunto é fundamental para a planta sobreviver. Não se trata de opinião, mas
de observação, de bom senso.
Sendo a
bondade algo natural, Plantão concluiu que o Bem é a própria essência do
Universo. O Bem está em tudo, é tudo aquilo que une e todos os homens nasceram
com a habilidade de senti-lo. O Bem é como o Sol e todo aquele que tem a visão
consegue enxergá-lo.
Para
desenvolver essa ideia, Platão usa o famoso Mito da Caverna, uma das alegorias
mais conhecidas do filósofo, onde ele retrata o esforço feito pelos
aprisionados para saírem da caverna e seguirem em direção a Luz do Sol (ou à Sabedoria).
Quem faz esse percurso é o Filósofo; aquele
que alcança a Luz e retorna para a caverna com o objetivo de ajudar os seus
semelhantes é o Político (isso mesmo!).
Mas como a busca pela Sabedoria é algo que não tem fim, surge então a
figura do filósofo-político, representado pelo machado de duplo fio, aquele
que corta para dentro e para fora. Em outras palavras, ao mesmo tempo em que
mostrarmos o caminho, passamos por ele.
O que nos
guia neste esforço é a Educação, para o filósofo grego, educar é direcionar o
olho à Luz. Do latim, o verbo "educare" é composto do prefixo ex (fora) + ducere (conduzir, levar), que significa literalmente
'conduzir para fora', ou seja, fazer com que o indivíduo exponha suas
habilidades e, assim, prepará-lo para a busca da Sabedoria.
Destaca-se que a Educação não tem por objetivo “introduzir” conhecimentos
em uma pessoa, mas, ao contrário, fazer com que ela descubra dentro de si mesma
o seu melhor. Por isso, ela é tão fundamental e somente através por ela podemos Eduzir a nossa bondade e, assim, suprir essa grande necessidade do mundo.
*baseado na palestra do Curso de Filosofia Prática
da Nova Acrópole SLZ
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTE AQUI