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domingo, 5 de abril de 2015

Nascer, morrer e renascer

"Ele não está aqui. Ressuscitou" - Mateus 28: 6

Muito se fala sobre o verdadeiro sentido da Páscoa,  data mais importante do calendário cristão,  que celebra a ressurreição de Jesus após sua morte. No fundo, a maioria já sabe que a tradição não consiste na troca de chocolates, mas o sentido real desse fato não é tão simples de penetrar.

De todos os milagres realizados por Jesus, a ressurreição é o que mais exige fé dos seguidores do cristianismo, sem reconhecê-la a crença nos ensinamentos do nazareno seria vazia. A ressurreição é algo tão importante que, se a história de Jesus tivesse se encerrado no momento de sua morte, provavelmente ele não teria sido O Cristo e não passaria de um homem à frente do seu tempo, que foi sacrificado como mártir por seus ideais.

Por isso, ele precisou ir além e, ressuscitando no terceiro dia, comprovou uma das principais leis divinas, presente nas mais antigas filosofias  do mundo, que é nada mais que a chave para a revolução da consciência hunana.

Essa lei é todos os dias representada pelos ciclos contínuos e harmônicos da natureza. O sol nasce,  se põe e renasce em um novo dia; as estações do ano se sucedem; as árvores espalham as sementes dos seus frutos antes de morrer para que outras sejam semeadas... enfim, são muitos exemplos que o homem só deixou de perceber e compreender porque o excesso de razão cegou sua inteligência.

Dessa forma, germinou entre nós o terrível medo da morte, pois depois dela haveria apenas o nada, cairíamos no vazio aterrorizante do desconhecido. Ao vencer a morte, Cristo completa a chave: Ele nos lembra que existe o renascimento, quando nos sacrificamos pelo Amor.

Esse é o pulo do gato do cristianismo, peça que completa o quebra cabeças do Propósito Divino para a humanidade. Nos força a perceber que além da vida eventual, existe o depois e a qualidade desse futuro depende do que fizermos agora.

O meu dirigente costuma perguntar no começo de suas palestras quem gostaria de ir para o céu. A maioria levanta as mãos em sinal positivo.  Então, ele lembra aos que estão ávidos pelo paraíso que para chegar lá é preciso antes morrer. Mais que depressa os braços são recolhidos. Por quê?  Porque nós reconhecemos que não estamos prontos para a morte e que se o dia da nossa prestação de contas com o grande juiz fosse hoje estaríamos certamente destinados ao lugar dos devedores.

Para chegar ao Pai, Jesus precisou carregar sua cruz e ser nela sacrificado. Nós sabemos que sem seguir esses passos não alcançaremos a salvação. Essa é sem dúvida a pedra no sapato de todo cristão.

Quem deseja alcançar uma vida espiritual precisa morrer para si mesmo,  para suas vontades, para suas paixões. E isso não é fácil.  Renunciar ao nosso eu é o grande sacrifício que precisamos fazer para chegar a Deus.

Só aquele que confia no Criador e em seus desígnios é capaz de esvaziar -se de si mesmo para renascer em uma nova vida; só quem crê que Cristo é o caminho, se dispõe a carregar sua cruz para seguir seus passos, sem desculpas nem justificativas.

Quem está disposto ?
Feliz Páscoa

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