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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Manifestação estudantil


Os alunos do Cem Cidade Operária I, no dia 09 de abril, organizaram uma manifestação para exigir direitos básicos, como cadeiras e limpeza do entorno da escola. A escola não possui grêmio, o que poderia dificultar o movimento, mas alguns líderes de turma se reuniram e começaram a fazer um abaixo-assinado com essas reivindicações, fizeram dois, viram que não conseguiriam atingir seus objetivos e partiram para algo mais "agressivo". Paralisaram a principal avenida do bairro, chamaram a atenção de vários segmentos da imprensa, a secretaria de educação se viu forçada a receber os estudantes, coisa que há muito tempo não se via por aqui. Depois de duas semanas, as cadeiras começaram a chegar, o mato em torno do colégio foi cortado e o lixo foi recolhido.

Fica uma lição importante para os professores de São Luís, sempre acorrentados aos desígnios do sindicato, incapazes de promover um movimento independente, simplesmente por não terem unidade. A greve, há muito tempo, tornou-se um movimento político do sindicato, onde os professores ficam apenas esperando o resultado, sem participar diretamente das negociações. Uma greve, que para muitos, significa uma folga no calendário ou dependendo do tempo, férias coletiva. Poucos são aqueles que participam ativamente nas ruas, alguns preferem trabalhar durante a greve para não pagar carga horária ao final do ano letivo, outros ficam em casa esperando os acontecimentos.

Dessa forma, ficamos refém das negociações do sindicato, dependendo das aspirações politicas dos dirigentes, a greve pode durar dias ou meses, mas dificilmente atenderá aos anseios da classe. Greve que deveria ser repensada, pois já não contamos mais com o apoio da população, como dizer que ganhamos tão mal, quando o governo mostrar que temos o melhor salário entre os professores do Brasil? Não é dizendo que ganhamos mal, mas exigindo uma equiparação dos três poderes estaduais para acabar com o abismo salarial entre os professores e os outros servidores desses poderes. Um servidor do judiciário de nível fundamental pode ganhar mais de três mil reais, enquanto um professor com mestrado não chega nem perto disso. Esse tipo de absurdo deveria ser mostrado para a população, que com certeza irá reconhecer a desvalorização de nossa profissão. Um dia, quem ensina aprende e quem aprende ensina.

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