
Antonio Patriota tem conversado com os norte-americanos sobre o assento do Brasil no Conselho de Segurança da ONU
O ministro Antonio de Aguiar Patriota, do Itamaraty, conversou com o chanceler da Bolívia, David Choquehuanca, na tarde desta quarta-feira, “para expressar o repúdio do Brasil com atitude considerada arrogante por parte de países europeus”. Esta, no entanto, foi a última expressão de apoio de um dos seus vizinhos, na América Latina. Todos os demais já haviam expressado preocupação com a atitude dos governos de Espanha, França e Portugal, de não permitir o ingresso, em seus espaços aéreos, da aeronave que transportava o presidente Evo Morales.
“A não autorização de sobrevoo causou surpresa por não estar de acordo com práticas internacionais consagradas”, segue o pronunciamento, no Twitter do Ministério das Relações Exteriores (MRE). O chanceler Antonio Patriota também anunciou que o Palácio do Planalto emitiria uma nota assinada pela presidenta Dilma Rousseff e que o Brasil “atuará em coordenação com outros países da UnaSul para ação conjunta”.
Segue, na íntegra, a nota da Presidência da República:
Nota da Presidenta Dilma Rousseff
O Governo brasileiro expressa sua indignação e repúdio ao constrangimento imposto ao Presidente Evo Morales por alguns países europeus, que impediram o sobrevôo do avião presidencial boliviano por seu espaço aéreo, depois de haver autorizado seu trânsito.
O noticiado pretexto dessa atitude inaceitável – a suposta presença de Edward Snowden no avião do Presidente –, além de fantasiosa, é grave desrespeito ao Direito e às práticas internacionais e às normas civilizadas de convivência entre as nações. Acarretou, o que é mais grave, risco de vida para o dirigente boliviano e seus colaboradores.
Causa surpresa e espanto que a postura de certos governos europeus tenha sido adotada ao mesmo momento em que alguns desses mesmos governos denunciavam a espionagem de seus funcionários por parte dos Estados Unidos, chegando a afirmar que essas ações comprometiam um futuro acordo comercial entre este país e a União Européia.
O constrangimento ao Presidente Morales atinge não só à Bolívia, mas a toda América Latina. Compromete o diálogo entre os dois continentes e possíveis negociações entre eles. Exige pronta explicação e correspondentes escusas por parte dos países envolvidos nesta provocação.
O Governo brasileiro expressa sua mais ampla solidariedade ao Presidente Evo Morales e encaminhará iniciativas em todas instâncias multilaterais, especialmente em nosso Continente, para que situações como essa nunca mais se repitam.
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil
Presidenta da República Federativa do Brasil
fonte: Correio de Notícias
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