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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Governo arrecada R$20,8 bi com leilão de aeroportos de Galeão e Confins

O governo arrecadará 20,8 bilhões de reais com a concessão dos aeroportos do Galeão (RJ) e Confins (MG), após leilão realizado nesta sexta-feira que atraiu importantes grupos nacionais e operadoras estrangeiras de terminais.

O consórcio formado pela Odebrecht, uma das maiores empresas privadas do Brasil, e a operadora de aeroportos Changi, de Cingapura, venceu a disputa pelo Galeão com uma oferta de 19,018 bilhões de reais, quase quatro vezes maior que o lance mínimo definido pelo governo.

A presidente Dilma Rousseff classificou o ágio como "extraordinário", enquanto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou que o resultado mostrou que "há apetite dos investidores para entrar no programa de concessões brasileiro".

Cinco grupos entregaram envelopes com propostas pela concessão do Galeão, mas nenhuma com montante perto do apresentado pela Odebrecht, que tem 60 por cento de participação no consórcio vencedor.

A segunda melhor oferta pelo aeroporto que fica na cidade que receberá jogos da Copa do Mundo no ano que vem e sediará as Olimpíadas em 2016 foi de 14,5 bilhões de reais.

O aeroporto de Confins foi arrematado pelo consórcio formado por CCR e as operadoras dos terminais de Zurique e de Munique, com lance final de 1,82 bilhão de reais, ágio de 66 por cento sobre o mínimo estipulado.

Enquanto a disputa por Galeão se restringiu aos envelopes com as ofertas iniciais, a concorrência por Confins teve briga acirrada no viva-voz. O consórcio formado por Queiroz Galvão e a operadora espanhola Ferrovial apresentou lances e rivalizou com o grupo da CCR, mas acabou derrotado.

A CCR tem fatia de 75 por cento do consórcio vencedor. A Flughafen Zurich possui 24 por cento e a Flughafen Munchen, 1 por cento. O diretor de Novos Negócios da CCR, Leonardo Vianna, disse ver potencial muito grande para explorar o transporte de cargas em Confins.

Galeão e Confins respondem juntos por 14 por cento da movimentação de passageiros e 10 por cento de carga no Brasil.

A transferência de aeroportos para a iniciativa privada é parte do ambicioso plano do governo Dilma de melhorar a infraestrutura logística do país, um dos principais entraves para o crescimento econômico. Além dos aeroportos, o plano inclui a concessão de rodovias, ferrovias e portos.

Os dois aeroportos leiloados não devem sofrer mudanças a tempo da Copa do Mundo, já que os consórcios vencedores só assumirão os terminais em março, três meses antes do início do mundial.

"Não vejo problemas na estrutura atual do Galeão para a Copa", disse o presidente da Odebrecht Transport, Paulo Cesena.

INVESTIMENTOS

A Odebrecht e a Changi deverão investir 5,7 bilhões de reais no Galeão, segundo o edital da licitação. Já o consórcio da CCR deverá aportar 3,5 bilhões de reais no terminal mineiro.

O valor de outorga será pago em parcelas anuais ao longo do prazo de concessão, de 25 anos para Galeão e de 30 anos para Confins, começando a partir de 12 meses após a assinatura dos contratos.

A estatal Infraero, que será sócia minoritária dos dois consórcios, com participação de 49 por cento, esperava um ágio menor para o aeroporto do Galeão, disse o presidente da estatal, Gustavo do Vale, a jornalistas.

No mesmo modelo que inclui a Infraero, o governo transferiu o controle dos terminais de Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF) para a iniciativa privada em fevereiro de 2012, arrecadando 24,5 bilhões de reais.

O primeiro leilão de concessão de aeroportos, o de São Gonçalo do Amarante (RN), realizado em 2011, teve um modelo diferente, com uma concessão 100 por cento privada, ou seja, sem a participação da Infraero.

fonte: Reuters BR

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